Médico explica problemas associados ao número desnecessário de procedimentos. Útero da gestante pode se romper, entre outras chances de complicação.
Luis Fernando Correia*
O aumento do numero de cesarianas, preocupa as autoridades de saúde em todos os países do mundo e em nosso país, não é diferente.
A cesariana é uma opção de tratamento para dificuldades no parto normal ou parto por via baixa, como é chamado. O que se questiona são as indicações do método de maneira excessiva. Uma preocupação é com as possíveis conseqüências das cesarianas sobre as gravidezes subseqüentes e os recém-natos. As gestações que seguem as cesarianas trazem um risco aumentado de ruptura uterina no momento do trabalho de parto, bem como a ocorrência de natimortos.
Para estudar a relação entre a cesariana e a gestação seguinte, pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, estudaram os registros de nascimentos e morte fetal da Escócia, em um período de oito anos, para estudar a possível relação.
Morte maior
Foram avaliados mais de 120 nascimentos no período estudado. A incidência de morte fetal foi 65% maior em mulheres que haviam passado por uma cesariana na gestação anterior. O risco variou de acordo com a idade gestacional.
O risco de ocorrer um caso de morte fetal ou parto prematuro de natimorto foi maior por volta das 34 semanas de gestação. Mesmo em gestantes no final de gestação (nascimento após 39 semanas), o risco absoluto de nascer um feto morto era duas vezes maior nas mulheres com cesariana em gestação anterior, quando comparado ao risco de quem teve um parto normal anteriormente.
No Brasil, as taxas de cesariana vêm caindo nos últimos oito anos. Em 1999 a média dos estados era de 28,4% e, em 2002, foi de 25,9%, porém se mantém em níveis alarmantes, atingindo em São Paulo 32% em 2003, segundo o Ministério da Saúde.
* Luís Fernando Correia é médico e apresentador do "Saúde em Foco", da CBN
Como eu já disse outras vezes, sou contra as cesáreas desnecessárias. Infelizmente, elas são a triste realidade obstétrica do Brasil. Neste domingo, fui à pracinha com meus filhos e encontramos uma das "tias" da escolinha que eles freqüentavam no ano passado. Ela estava com a filhinha de 2 anos. Durante nosso papo, entramos no assunto gestação e parto e eu, para variar, perguntei como a filha tinha nascido.
- Foi parto normal ou cesárea?
- Cesárea.
- E por que foi cesárea?
- Ah, eu não senti nenhuma dor, aí a médica teve que fazer cesárea.
- Mas de quantas semanas estavas?
- Acho que 39 semanas ... É que a médica marcou uma data para eu começar a sentir as dores. Se as dores não começassem até aquela data, ela faria a cesárea. Aí o dia chegou, eu não sentia dor nenhuma, então ela marcou a cesárea. Para mim foi bom, porque eu tinha plano de saúde, então correu tudo bem.
2 comentários:
Querida carla,
Interessante seu texto. Eu fiz duas cezarianas e sofri muito na recuparação e os problemas que se seguem como aderência. Obrigada por me linkar, sábado vou linká-la, pois é minha filha quem faz isso pra mim.Beijos.Têm postagem nova lá no Compartilhando as Letras.
Sonia,
Eu NUNCA quis ser submetida a uma cesariana e fui afortunada, pois encontrei um obstetra que acredita na capacidade da mulher de parir.
Beijos mil
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