domingo, 16 de março de 2008

Tirando sangue ...

Ontem de manhã eu fui tirar sangue, para fazer os exames que a médica endocrinologista me pediu, que eu consultei por causa do projeto que tenho em conjunto com minhas amigas Cristiane, Léa e Ana Cláudia. Levei mais de um mês para criar coragem, já que eu tenho verdadeiro trauma de tirar sangue. Eu já chego no laboratório avisando que eu desmaio e olhando para o outro lado, de preferência o lado oposto de onde está a agulha e os frascos para coletar o sangue. Quem costuma rir de mim é meu gerente, dizendo que sou medrosa por uma agulhinha de nada. Minha mãe, então, me diz: "Como podes ter medo de tirar sangue, se tiveste teus dois filhos de parto normal sem anestesia?!". Não é a mesma coisa. Ter filho faz parte da natureza da mulher. Tirar sangue, não. É anti-natural. É uma invenção dos homens. É certo que analisando o sangue dá para descobrir um monte de coisas, como doenças, infecções e síndromes, mas convenhamos, não podia ter outro jeito de fazer isso?
Bem, depois de semanas me auto-convencendo que eu tinha que fazer os benditos exames, combinei com minha mãe vir à minha casa ficar com as crianças, para que eu pudesse ir fazer o exame de sangue. Cheguei no laboratório e logo fui chamada. A atendente me levou até a sala pediátrica e eu achei ótimo, porque ao invés de olhar para uma parede branca sem graça, eu tinha uma parede cheia de bichinhos pintados para me distrair. Haviam ainda brinquedos espalhados pelo chão da sala, obviamente para tentar distrair e convencer as crianças a tirar sangue.

Round 1: A enfermeira colocou a borracha no meu braço e começou a procurar uma veia. Começou a procura clássica: deu leves batidinhas meu braço, pediu para baixar o braço e abrir e fechar a mão com força. Eu avisei: "Minhas veias são profundas e difíceis de achar." Ela continuou procurando e nada. (A propósito, já estou passando mal, só de escrever o episódio). Ela perguntou: "Vamos tentar o outro braço?" Eu respondi: "Não, o outro braço é pior, normalmente é neste braço (esquerd0) que encontram uma veia." Afinal, ela disse: "Vou pedir para outro colega vir achar uma veia, porque eu não me sinto segura e não quero te machucar." "Perfeito", pensei eu, "ela vai chamar alguém mais experiente". Normalmente, é a enfermeira-chefe ou enfermeira-pediátrica que tem que me furar, pela dificuldade em achar uma veia.

Round 2: Entrou um enfermeiro na sala e começou a novela de novo: borracha no braço, batidinhas para encontrar a veia, abrir e fechar a mão. "É, tuas veias são difíceis mesmo de achar". "Grande novidade", pensei eu. Senti ele passar o algodão no meu braço, sinal de que ia enfiar a agulha. Sendo minhas veias profundas, sempre sinto a agulha entrando na carne. "Ótimo", pensei eu, "ele achou uma veia e esta tortura vai acabar logo". Senti a picada da agulha, uma dor, uma ardência. Contraí o rosto e senti o estômago embrulhando. Senti que ele mexia a agulha, mas não ouvi o barulhinho dos frascos. "Está tudo bem?", perguntou ele. "Não, não estou nada bem". "Estás sentindo tontura?", perguntou. "Sim, estou bem tonta". Ele tirou a agulha e eu olhei: os frascos vazios. "Não tirou sangue?". Ele respondeu, meio sem graça: "Não, não consegui. Por favor, senhora, deite-se ali na maca, para passar a t0ntura". Eu me deitei e ele colocou uma almofada sob meus pés. Sentia o estômago embrulhado e a visão meio embaçada pela queda de pressão. Ele disse: "Vou ver o que vamos fazer, pois a norma aqui no laboratório é furar o paciente uma só vez." Tudo o que eu queria era ir embora para casa. O exame de sangue que ficasse para outra vez.

Round 3: Entrou uma terceira enfermeira. "Como a senhora está se sentindo? Vou tentar encontrar uma veia". Borracha no braço. batidinhas, abrir e fechar a mão com força. Ela olhou as veias de minha mão. "Não, a mão não". Eu já tinha suficiente traumas de tirar sangue das veias da mão. Já perdi uma veia da mão esquerda por uma injeção de dipirona há 9 anos atrás. Na mão, de jeito nenhum. Ela tirou a borracha e disse: "Vou colocar um papel para não machucar teu braço, pois vou apertar bem forte". Ela apertou fortíssima a borracha. "Ah, agora apareceu uma veia. Vou pegar uma agulha bem fininha, pois a veia é bem fina também". Senti a dor e ardência da agulha entrando na carne. Meu estômago se contraiu mais ainda. Como a veia era muito fina, demorou para tirar o sangue. "Pronto. Terminei. Aperta bem forte teu braço, que eu vou colocar o algodão. Vai ficar um hematoma, pois a veia era bem fininha, um fiapo."

Eis o resultado:


Fazer exame de sangue de novo? Só no ano que vem.

14 comentários:

Jose disse...

Nossa, até deu frio na barriga quando li teu post, depois de amanhã vou fazer exame de sangue e mais um monte de análises, que os quase 40 anos não perdoam, deus me ajude :-)

[]´s JV

Isa disse...

Ãhn...eu....tenho problemas pessoais com agulhas, também....
Seu post, foi....bem...
Carla, pelo amor dos céus, quase que eu desmaio agora. Rsrsrsrs
Todo ano é isso: exames e mais exames para se garantir uma vida monitorada e saudável. Aaaaah, que agonia!! Hehe
Como você disse, deveria existir jeito mais fácil! Por um fio de cabelo conseguimos analisar o DNA de uma pessoa, já não poderia mostrar os resultados do laboratório também? :D
Agora vou eu, já tá na minha época de bateria de exames e pedidos médicos. Vou seguir seu exemplo e agüentar firme!
No meu caso, é um pouco mais fácil, porque eu sempre desmaio e já aviso antecipadamente, então eu sempre tiro sangue deitada e acordo com a sensação de “onde estou?” :P
Espero que dê tudo OK nos resultados ;)

Beijos!!

Anônimo disse...

Menina, que horror!

Eu superei meu medo de agullas mas se fazem aquela coleta com super cotonete na minha garganta... eu não me responsabilizo...

Drika Bruzza disse...

Deixemos claro aqui que exames são mega-necessários, e cada um deles sabe exatamente a forma de tirar a paciência de qualquer um. Exame de mamografia, onde teu peito se sente um xis na chapa da lancheria, ou esse problema (problema?) com veias escondidas, que eu também tenho. Ou quem sabe exame de urina, simplesmente, que te faz por um momento de equilibrista, e ainda assim, pinga na mão (éca!). Para os homens, só cito o famoso "dedinho", e acho que não preciso dizer mais nada, afinal, se é um dedão, pior ainda.
Semana de usar manga comprida então, amiga?
Porto Alegre é muito tua amiga, viu? Vai fazer só uns 31°, não precisa te preocupar.
Vai um ar-condicionado aí?
xD

Beijos, beijos, beijos!

ps: Carla... eu não adiciono selos no blog, porque se tu perceber, eu sou levemente "metódica", e todas as imagens e textos tem UMA formatação... se eu ver algo destoando, vou ter um troço! Mas como hoje é dia de transpor medos (sempre é) vou fazer um esforço :P
Hehe :)

Scliar disse...

Chosi de loki! Ainda vão descobrir um jeito mais fácil, sim senhor. Bzus. Ethel SC
PS: Espero, pelo menos, que os resultados deem tudo certo, depois de tanto sofrimento.

Carla Beatriz disse...

JV,

Não te esquece que eu tenho trauma com exame de sangue, então para mim tudo fica mais complicado nessa área. ;-)

Obrigada pela visita a meu blog! Já te coloquei nos meus favoritos.

Abraços,

Carla

Carla Beatriz disse...

Isa,

Eu devia ter colocado um aviso: "Este post não é recomendável para quem tem problemas com agulhas e sangue" risos

Beijos,

Carla

Carla Beatriz disse...

Oi Isabella,

Fazer exame de sangue é um horror para mim mesmo ...
Qual é o exame com o cotonete na garganta? Não conheço...

Beijos,

Carla

Carla Beatriz disse...

Drika,

É semana de apavorar o pessoal com meu belo e enorme hematoma no braço!
E também de agüentar piadinhas de colegas ... "Ahahahaha! Olha o chupão que ela levou!" Antes fosse ... :-P

Beijos mil

Carla Beatriz disse...

Oi Ethel,

Peguei os resultados na página do laboratório. Tudo normal. Nem precisava ter passado esse sofrimento. Da próxima vez, eu digo ao médico: "Não precisa dr., vai dar tudo normal" hehehe

Beijos

Cristiane A. Fetter disse...

Há males que vem para o bem, mas não se preocupa não, logo logo vão descobrir como realizar estes exames através da saliva, he he he.
Vai passar, vai passar.

Beijocas

Anônimo disse...

Oi Carla,

No dia 18 de ABRIL vou fazer uma blogagem coletiva sobre o filho autista de uma amiga. Se vc quiser participar, é só passar lá no TQG.

bjs e obrigada!

Anônimo disse...

Perdi a voz duas vezes ano passado e tive q fazer o exame pra se era strep throat (inflamação na garganta), então coletam secreção lá dentro, com um cotonete gigante. É horrível porquê da ânsia...

Carla Beatriz disse...

Isabella,

Credo, ainda bem que não tive que fazer esse exame ainda. Mas já fiz outros terríveis também ...

Ontem levei os resultados de meus exames para a médica e estava tudo normal. Aí ela vira e pergunta: "Ué? Esqueci de pedir o Cortisol!" Eu mostrei o hematoma no braço e ela comentou: "Bem ... acho que não vais querer fazer outro exame de sangue, né?" É LÓGICO que eu disse à doutora que não podia nem pensar em fazer outro exame tão cedo. Eu me lembrei que medi o Cortisol há um tempo atrás e ela me pediu para achar o resultado e levar para ela. Ufa. Salva pelo gongo.

Beijos mil