*Raro é ver uma celebridade brasileira fazer um parto normal.
*Raro é ver uma mulher brasileira fazer um parto normal.
*Raro é ver uma mulher brasileira fazer um parto normal de gêmeos.
Parabéns, Fernanda! O Brasil precisa de mais celebridades como você!
OMS critica Brasil por excesso de cesáreas
Para representante de organização internacional, taxas praticadas por operadoras de saúde são "absurdas"
As taxas de cesáreas praticadas por planos e seguros-saúde brasileiros, de 80%, são "absurdas" e refletem o quanto o país está distante de oferecer uma assistência de qualidade à mulher.
A avaliação é do médico obstetra Antonio Horacio Toro Ocampo, representante no Brasil da Opas (Organização Panamericana de Saúde) -escritório regional da OMS (Organização Mundial da Saúde). Segundo relatório da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), divulgado ontem pela Folha, 79,7% dos partos realizados no sistema suplementar são cesáreas. Na rede pública, o índice é de 27%.
Para ele, a redução de 15% em três anos na taxa de cesáreas, proposta pela ANS aos planos e seguros-saúde, é insuficiente.
Conforme o pacto que a ANS pretende firmar com as operadoras de saúde, o índice de cesáreas ficaria em 68%. Segundo Ocampo, a OMS considera aceitável que de 10% a 15% dos partos sejam cesáreas, em razão das eventuais complicações que podem surgir durante a gravidez.
"Os atuais índices [das cesáreas] dos hospitais privados no Brasil são absurdos, inaceitáveis, extremamente elevados e fogem totalmente da indicação obstétrica. Quase nenhuma mulher consegue se livrar [das cesarianas]."
Em algumas regiões do país, especialmente na Sul e na Sudeste, ocorre uma cesárea a cada dois partos. "Isso reflete problemas na assistência desde o pré-natal. Implica riscos desnecessários."
Entre os riscos à gestante estão hemorragias e infecções, que elevam em três vezes as chances de mortalidade materna, segundo estudos internacionais. Para o bebê, os principais riscos são problemas respiratórios relacionados à prematuridade.
Na opinião de Ocampo, o cenário brasileiro só será mudado quando as universidades sensibilizarem os estudantes de medicina de que a cesárea não é o melhor para a mulher. "O nascimento não pode ser encarado como um comércio, mas sim como um ato humano muito nobre." Além disso, defende o médico, é preciso que as mulheres sejam conscientizadas de que o parto vaginal é muito mais vantajoso.
Mudanças
Segundo o obstetra Nilson Roberto de Melo, presidente da Febrasgo (entidade que reúne as sociedades de ginecologia e obstetrícia), as metas propostas pela ANS "são melhores do que nada". "O assunto é complexo, e as mudanças devem ser graduais."
Para o médico, o fato de no passado a cesariana já ter sido mais bem remunerada do que o parto normal foi um dos fatores que estimularam a "cultura da cesárea". Somado a isso estariam a falta de qualificação médica provocada pelo boom de faculdades de medicina no país e a redução do treinamento obstétrico. "Os planos de saúde estão interessados em mão-de-obra barata. E, muitas vezes, esse tipo de profissional não está treinado para fazer um parto vaginal com segurança."
Outra questão seria a preferência das mulheres pela cesárea em razão de mitos como a redução da sexualidade após o parto vaginal. "A paciente não quer e, por conveniência, o médico acaba aceitando em fazer a cesárea."
Segundo José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB (Associação Médica Brasileira), é complicado aplicar índices de redução para as cesáreas. "Essa história de premiar as instituições pode criar um clima de inibição na indicação de cesáreas para situações em que elas sejam realmente necessárias."
Ele discorda que a falta de educação médica seja um fator importante para o excesso de cesarianas. "A maioria dos médicos atua no sistema público e no privado. Por que ele estaria apto a fazer parto vaginal no público e não no privado?", questiona.
Amaral diz que os planos de saúde poderiam ajudar a reverter os índices oferecendo mais estímulo ao médico tanto do ponto de vista financeiro (pagando melhor o parto vaginal) como no aspecto de humanização no parto.
Para o obstetra Carlos Alberto Montenegro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, as brasileiras preferem a cesárea por entenderem que ela preserva mais a feminilidade. "Se não houvesse preferência, não vingaria [o excesso de cesáreas]", afirma.
Folha de S. Paulo - CLÁUDIA COLLUCCI - 12 de janeiro de 2006
Eu tive meus dois filhos de parto normal: meu filho nasceu de parto natural humanizado no hospital e minha filha nasceu em casa, de parto natural humanizado domiciliar. Eu sou a prova de que é possível ter parto normal no Brasil, quando se quer e se tem um médico que acredita na capacidade da mulher de parir.
Eu nunca quis ser submetida a uma cesárea e fui afortunada, pois encontrei uma equipe médica que pensava como eu.
Eu nasci de parto normal e minha mãe sempre me passou uma visão positiva sobre o parto.
As mulheres têm que acreditar que são capazes de parir sim!
Viva o parto normal e as mulheres que têm a coragem de ir na contramão dos nascimentos no Brasil! Hoje em dia, ter filho de parto normal é considerado um ato de coragem, quando deveria ser estimulado e encarado como um ato fisiológico normal. Parir os filhos pela vagina é normal, é fisiológico e nós mulheres fomos feitas para isso. Diga não às cesáreas desnecessárias!
15 comentários:
Oi Carla, legal esse post. Eu achei q meu bebê nasceria de parto normal, estaa pronta pra isso mas não aconteceu... Não me sinto mal por isso e sei de mulheres q se culpam... Meu caso foi conversado comigo e resolvemos q a cesárea era a forma mais segura.
Não esqueci do selinho da DIVA não, viu? Estava viajando, voltei e fiquei super ocupada! Vai ser o post de amanhã.
bs e mais uma vez obrigada!
Lindo o texto e a chamada de atenção pra um tema tão fundamental! A cesárea é uma cirurgia. É agressiva. Não é "normal" como todos fazem crer. Eu tenho 3 meninos. O primeiro e o terceiro foram parto normal. O do meio, cesárea (o cordão umbilical dele era defeituoso e a gravidez precisou ser interrompida). Isso contraria outro mito, o que não se pode fazer parto normal após uma cesárea. Passei pelos 2 e afirmo com muita tranqüilidade: normal é mais legal!
Isabella,
Claro que não deves te sentir mal pela tua cesárea.
Eu defendo a cesárea, quando ela é necessária, mas acontece que os médicos brasileiros a utilizam indiscriminadamente.
Se tiveres outro filho, é perfeitamente possível tê-lo de parto normal, o chamado VBAC (Vaginal Birth After Cesarean).
Depois conta detalhes de tua viagem!
Beijos mil
Taís,
Com certeza é um mito muito difundido, o de que não é possível um parto normal após cesárea. É possível sim e muitas mulheres o fazem! É o PNAC (Parto Normal Após Cesárea) ou a sigla em inglês VBAC (Vaginal Birth After Cesarea).
Acho muito positivo que vc tenha tido as duas experiências e possa afirmar com tranqüilidade, como vc mesma disse: parto normal é mais legal!
As mulheres têm a idéia de que a cesárea é um procedimento sem riscos. Nada mais falso: a cesárea é uma cirurgia de médio porte e como toda cirurgia, tem riscos. É agressiva sim, o bebê é retirado do útero, ao invés de passar pelo canal vaginal e fazer seu próprio esforço.
Que legal encontrar uma mãe como você! :-)
Beijos mil
Carla!!! Adorei a comemoração. Achei que só eu tinha reparado. Mas cá entre nós, qual o susto? Afinal, parto de gêmeos, teoricamente é "mais fácil" porque os bebês são naturalmente menorzinhos. ;)
Quem dera todas as brasileiras fossem iguais a você (e às tuas leitoras!)
bj
Nem estava sabendo disso.
Fernanda agora tem toda minha admiração.
Beijocas
Carla,
Vc tocou num assunto pra lá de importante. Os meus dois filhos eu tive por cesárea, mas lamento muito. Se pudesse voltar no tempo, pelo menos o último eu teria feitos nornal.
Mas, averdade, é que não encontrei médicos dispostos a encarar um parto normal. Fui em três diferentes e todos me incentivavam a fazer a cesárea.
Não que eu não tivesse opção. Muito pelo contrário. Nas duas gravidezes tudo correu tranquilamente, sem sobressaltos. Mas ao perceber minha dúvida sobre o método natural e a cesárea, ficava óbvio a preferência deles pela cesárea. E eu, covardemente, aceitei. :-(
Graças a Deus não sofri, nem tive problemas no pós-operatório. Mas invejo e parabenizo as mulheres que conseguem realizar o parto normal.
Bj, Andrea
Fui olhar agora meu texto e vi saiu com alguns erros.
Não leva a mal, mas é que escrevi correndo, na empolgação e digitei errado.
Desculpa aí!
Bjs
É, eu sempre quis parto normal... acho muito mais saudável, muito mais romântico e muito mais humano... mas num deu né... é a vida :(
Mas sobre a Fernanda Lima, além de linda, gaúcha (hehe) e com um maridão daquele ali, ainda é uma pessoa boa e uma mulher consciente. Que isso meu Deus?!
Eita!
Nota 1.000 pra essa guria :)
Beijoquinhas.
(O "blur" no peitão ali da foto hein? Dá-lhe paint brush! Hehehe :D) É a Mel?
Carla, neste fim de semana uma vizinha teve o segundo filho. A primeira nasceu de cesárea porque rompeu a bolsa e ela não teve contração nem dilatação (9 horas de bolsa rota). No caso do segundo, a médica recomendou cesárea por causa da primeira cirurgia. Ontem fiquei sabendo que ela teve o bebê de manhã, de cesárea, e à noite, 12 horas depois, precisou de nova cirurgia para estancar uma hemorragia. É assustador. Graças a Deus, está bem.
Sua história é MUITO bonita e interessante. Merece ser contada para encorajar nós, mulheres medrosas. Gostaria de colocá-la lá no blog. Posso?
http://www.meninorude.blogspot.com
Obriga. Saiu do forno agora, vai lá e diz se gostou: http://meninorude.blogspot.com/2008/05/uma-histria-com-final-feliz.html
Geo,
Adorei e já comentei por lá!
Beijos
Carla, eu não sabia que oos gêmeos tinham nascido de parto normal! Sensacional! parabéns pelo post, muito legal .
Viva a Fernanda Lima!
EU NÃO ACREDITO EM PARTO NORMAL COMO UM PARTO SEGURO PRA QUEM É POBRE...EU ERA POBRE E INVENTEI DE TER O PARTO NORMAL PELO SUS ,FIQUEI 17 HS NA SALA DE PARTO JÁ DESIENGANDA PELOS MÉDICOS POEQUE A CRIANÇA NÃO SAIA DEVIDO O PENTE NÃO ABRIR E OS MÉDICOS NÃO TINHA ANESTESISTA NO HOSPITAL PRA FAZER UMA SESARIANA E LIGAVA PRA OS ANESTESISTA E NINGUÉM QUERIA VIR SE NÃO FOSSE PAGO ....MINHA FILHA FICOU SEM OXIGENIO ATÉ QUE DEPOIS DE 18 HS ELA NASCEU COM RISCO DE MORTE EU FIQUEI ENTRE A VIDA E A MORTE ..HJ É DIFERENTE NÃO SOU MAIS POBRE E VEJO A DIFERENÇA DE TRATAMENTO DOS MÉDICOS ...PARA POBRE É SOFRIDO O PARTO NORMAL POIS GERALMENTE É NA MÃO DE ENFERMEIRAS ...MAS FICO FELIZ POR QUEM CONSEGUE E SOBREVIVE...ESTOU GRÁVIDA DE GEMEOS JAMAIS COMETERIA UMA LOUCURA DESSAS...AQUI EM GOIANOIA TEM PARTO NATURAL NA ÁGUA VI A DIVULGAÇÃO NÃO CONSEGUI TER CORAGEM DEVIDO A TANTAS HISTÓRIAS DE PRATO NORMAL SOFRIDOS ...
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